Logística internacional e os impactos da Covid-19

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De fato, a COVID-19 impactou grandemente a vida de todos nós, modificando não só os padrões de rotina, mas também afetando a dinâmica de funcionamento da logística internacional.

Devido à necessidade de isolamento social após a eclosão da pandemia a nível global, em março de 2020, o comércio exterior foi impactado, vista as modificações (que veremos ao longo do artigo) no processo de importação e exportação.

Diante desse cenário, muitas questões vêm à tona…

Quais foram os fatores gerados pela crise de saúde pelo mundo que interferiram na logística internacional? Quais são as perspectivas para o futuro?

Venha com a gente compreender o cenário passado, o presente e as possibilidades futuras!

Tenha uma ótima leitura!

A crise na logística internacional por conta da falta de contêineres

Sem dúvida, um dos fatores que mais prejudicou a logística internacional foi a escassez de contêineres.

Isso aconteceu após a paralisação, ocorrida por conta da pandemia, do comércio exterior Chinês após a celebração do ano-novo no calendário do país, no dia 25 de janeiro de 2020.

Segundo matéria publicada na revista Valor, só entre março e junho de 2020, 23 viagens partindo da China em direção ao Brasil foram canceladas.

Esse acúmulo de cargas suscitou a falta de contêineres.

Além deste ponto, vários outros foram os motivos para o encarecimento de toda a cadeia da logística internacional, entre eles:

  • Sucateamento de navios;
  • Crise do Canal de Suez;
  • Diversos países com capacidades aduaneiras reduzidas.

Desde então, o valor do frete vem subindo vertiginosamente. De acordo com o diagnóstico realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre a alta do frete, entre janeiro de 2020 e setembro de 2021, o preço do frete, em dólar, de um contêiner com destino aos Estados Unidos (EUA), subiu até 433%.

Esse valor ainda é maior se o destino for a costa oeste da América do Sul, chegando a 510% no mesmo período.

Também houve aumento no custo do frete nas importações. Por exemplo, uma unidade advinda da Ásia teve o seu frete (em dólar) aumentado em 446% no mesmo período.

Diante dessas circunstâncias, as pessoas que trabalham em empresas internacionais de logística se depararam com aumento considerável na antecipação de reservas de lugar para a mercadoria nos navios.

Por exemplo, antes do cenário da pandemia da COVID-19, as reservas para rotas Europa-Brasil ou Ásia-Brasil poderiam ser feitas com uma antecedência de 7 a 10 dias antes do embarque.

No entanto, diante do presente contexto, para garantir o transporte das mercadorias a reserva precisa ser feita com uma antecedência bem maior: em torno de 5 semanas.

Apesar de todas essas dificuldades, o ano de 2020 marcou índices históricos de comércio entre o Brasil e a China.

Nesse contexto, após mais de 100 bilhões de dólares transacionados entre as nações no ano passado, o Brasil teve um superávit de US$ 33.645 bilhões, o que corresponde cerca de 65% do total acumulado.

Isso se deu, entre várias razões, pela alta dos commodities em relação aos manufaturados.

Os top 3 bens exportados do Brasil à China foram:

  • Soja: US$ 20,9 bilhões (31%);
  • Minério de ferro:US$ 18,5 bilhões (27%);
  • Petróleo: US$ 11,3 bilhões (17%).

Um cenário inédito

A situação da pandemia motivou movimentos totalmente inéditos do comex, exigindo dos stakeholders conhecimento e sensibilidade de mercado.

Entre algumas dessas mudanças geradas por esse cenário estão:

  • Desburocratização na operação de importação de insumos ao combate ao COVID;
  • Agilidade nas operações de importação de vacinas com o desembaraço sobre nuvens.

Qual o cenário atual da logística internacional?

Os impactos da COVID-19 na logística internacional persistem até hoje.

A crise da alta do frete e da falta de contêineres que se vivencia atualmente, exige reinvenção e capacidade resolutiva de gestores de comex, bem como dos analistas e despachantes aduaneiros, para tentar driblar os eventuais entraves que surgem no contexto.

Devido à instabilidade gerada pela variante Delta no mundo, algumas repercussões no frete ainda são vistas, como, por exemplo:

  • Atrasos pela diminuição do fluxo de transporte marítimo e aéreo;
  • Questões aduaneiras ligadas a protocolos sanitários;
  • Encarecimento de todo o processo logístico.

Em um cenário de médio/longo prazo, mesmo com os progressos na vacinação mundial, alguns especialistas acreditam que a crise do frete perdure até 2023.

Por isso, é importante buscar compreender quais são os pontos de fragilidade que atualmente interferem na logística internacional e comércio exterior a fim de agir para reverter os eventuais prejuízos.

Quais fatores contribuem para a atual crise do frete?

Além das questões ligadas à crise logística internacional em si, como a redução de capacidade (falta de contêineres e navios) e diminuição do tráfego de mercadorias, outros fatores contribuíram para a atual crise do frete:

Turbulências nas maneiras de fazer negócio

Por conta da necessidade das medidas de distanciamento social, grande parte das feiras internacionais de negócios B2B foram canceladas ou adiadas.

Diante dessa situação, muitos novos negócios passaram a ser fechados de forma online.

No entanto, o prejuízo para as organizações que pretendiam internacionalizar suas negociações foi inegável.

Cenário de instabilidade

Embora muitos países estejam contendo de forma excelente a disseminação da COVID-19, o contexto ainda é instável.

No início da pandemia, dezenas de viagens foram canceladas pelas companhias marítimas.

Isso desencadeou uma instabilidade já que os contêineres vazios não foram recolhidos antes que o setor de exportação da China retomasse o seu desenvolvimento.

Com as restrições de contato social, o comportamento de consumo da população mudou trazendo uma disparada na demanda por produtos como roupas e eletrônicos.

Outro cenário que podemos apontar refere-se ao transporte de produtos como papel e sucata que possuem baixo valor e são realizados da Europa de volta à Ásia.

Porém, com a alta do frete marítimo, estas viagens são consideradas com as que não valem a pena e desta forma, faz com que os contêineres fiquem inutilizáveis.

Os que estão em circulação, ficam retidos por longos períodos. Daí a necessidade de ter mais contêineres para atender as demandas e evitar ainda mais atrasos. De fato, essa circunstância está afetando a prática do comércio exterior.

Ouça o podcast sobre o futuro do comércio exterior, a seguir:

Protocolos de vigilância sanitária

A fim de conter a disseminação do Sars-CoV-2 pelo mundo, a vigilância sanitária de cada país implementou protocolos de vigilância sanitária, sendo alguns deles bastante rigorosos.

O resultado foi a desaceleração no desembaraço de mercadorias e insumos nos recintos alfandegários que também afetou a dinâmica do comércio exterior.

Quais são as perspectivas para o futuro?

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) aponta tanto para cenários que podem dificultar a logística internacional como aqueles que podem beneficiá-la em um futuro.

Alguns dos pontos que podem elucidar as perspectivas para o futuro no comex é compreender as respostas para as seguintes perguntas:

Quais medidas administrativas estão sendo promovidas pela Organização Mundial das Aduanas (OMA) para um melhor fluxo de cargas durante a pandemia?

Além disso, quais processos têm sido adotados por empresas para tocarem seus processos durante a pandemia?

Ampliar a possibilidade de negócios, essa é a saída

Em um cenário de tantas incertezas, é preciso buscar soluções tecnológicas que te trazem mais confiança e maior controle sobre o processo de logística internacional, a fim de ampliar a possibilidade de negócios.

O propósito da Kestraa é acelerar o crescimento das empresas e dos países por meio da revolução da gestão e da operação do comércio exterior.

Assim, empoderamos gestores, analistas de comex e despachantes aduaneiros por meio de uma plataforma automatizada e segura que garante maior assertividade na tomada de decisões.

Considerando todos os desafios que estão sendo vividos, é de suma importância contar com uma plataforma que ofereça visibilidade em tempo real para as operações.

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