Apesar da crise sanitária sem precedentes, enfrentada pelo mundo e por todos os setores industriais, a indústria e a logística farmacêutica de insumos e medicamentos estão em evidência.
Este cenário decorre da alta demanda por insumos e medicamentos para o combate à pandemia e, também, pela alta procura de produtos que possam fortalecer a imunidade, como vitaminas e suplementos, por parte dos pacientes e/ou público em geral.
No entanto, também houve desafios na logística farmacêutica, como a alta do frete, a falta de container, alta do dólar, que fizeram com que os gestores reavaliassem os processos para não afetar o abastecimento da cadeia de suprimentos no setor.
Neste artigo, você vai entender como a logística farmacêutica funciona, as tendências para o setor, como otimizar as operações de importação de insumos com as tecnologias mais modernas do mercado e muito mais!
Tenha uma ótima leitura!
O que é logística farmacêutica?
A logística farmacêutica é uma operação fundamental, diga-se de passagem, na indústria do setor, sendo responsável pela armazenagem e distribuição de princípios ativos, IFAs, medicamentos, entre outros produtos biológicos, do fornecedor até o ponto de venda.
Ela possui particularidades técnicas, regras e normas rígidas de boas práticas e controle de qualidade que requerem altos índices de customizações operacionais.
Para produzir alguns medicamentos, as indústrias farmacêuticas dependem da importação de insumos.
Por isso, otimizar a cadeia de suprimentos é importante para garantir a qualidade do produto final e reduzir custos da operação.
A logística farmacêutica possui algumas premissas, dentre elas, estão:
- Boas práticas de armazenagem
- Gestão de estoques
- Transportes com condições adequadas.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é o órgão anuente responsável pela gestão da qualidade na produção e logística farmacêutica.
Já a Receita Federal verifica as questões tributárias no processo de importação e/ou exportação dos insumos, após a aprovação da ANVISA.
Etapas da logística farmacêutica
Como dissemos, a indústria farmacêutica segue regras extremamente rígidas. Confira as etapas da logística farmacêutica:
- Transporte da matéria-prima;
- Recebimento;
- Conferência;
- Armazenagem da maté-prima;
- Controle de estoque;
- Separação;
- Inspeção;
- Expedição;
- Gestão dos fluxos diretos e reversos da cadeia de valor;
- Transformação até o produto final;
- Distribuição no ponto de consumo.
As etapas mencionadas acima, necessitam da presença de profissionais habilitados e treinados, controle técnico, além de controle sanitário, cujo objetivo é a garantia da integridade dos produtos para a segurança do consumidor.
Afinal, quais são os atuantes na cadeia logística farmacêutica? Existem vários envolvidos, desde os responsáveis pelo registro de instâncias de evento e sua comunicação ao banco de dados, até:
- Fabricantes;
- Importadores;
- Distribuidores;
- Atacadistas;
- Varejistas;
- Hospitais;
- Estabelecimentos de saúde;
- Armazenadores;
- Transportadoras;
- Operadores logísticos;
- Comerciantes;
- Dispensadores de medicamentos.
Logística de medicamentos e insumos, como funciona?
Este é um tema bem interessante, já que envolve a movimentação de bens e produtos sob vigilância sanitária.
Segundo a ANVISA, o processo de movimentar bens e produtos sob vigilância sanitária, inclui boas práticas de embarque, desembarque, transbordo, transporte e armazenagem de insumos ou produtos importados em:
- Pátios;
- Edificações;
- Demais instalações de terminais aquaviários;
- Portos;
- Aeroportos;
- Recintos alfandegados que armazenem produtos sujeitos a controle sanitário;
- Postos de fronteiras.
Resolução nº 679, do Conselho Federal de Farmácia de 21 de novembro de 2019
Esta Resolução dispõe sobre as atribuições do farmacêutico em todas as etapas das operações logísticas de importação/exportação de insumos, medicamentos e produtos sob controle e fiscalização da vigilância sanitária.
A atuação do farmacêutico no processo de logística é fundamental. Entre as suas atribuições operacionais, estão:
- Cumprimento das legislações sanitárias relacionadas às atividades logísticas dos insumos farmacêuticos e dos produtos e das atividades realizadas pelos referidos estabelecimentos;
- Implementar o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) e as Boas Práticas de Armazenagem e Distribuição, a fim de minimizar os riscos à qualidade dos insumos farmacêuticos.
- Manter as licenças vigentes, atualizadas, visíveis e de fácil acesso à fiscalização;
- Atenção com a cadeia de frio, de medicamentos biológicos, produtos termolábeis e termossensíveis;
- Atuação na logística de transporte nos modais terrestre, aéreo ou fluvial.
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Além das etapas já conhecidas, é primordial ressaltar a importância da tecnologia nas operações logísticas da indústria farmacêutica.
Para que haja o controle de estoque e a devida armazenagem, é preciso realizar um planejamento estratégico, a fim de evitar desperdícios e problemas como atrasos ou chegadas antecipadas.
Sendo assim, entra a atuação da tecnologia.
Contar com um sistema de gestão das informações de importação e/ou exportação, permite ao gestor a devida integração dos processos da cadeia de suprimentos, a reunião das principais informações em único ecossistema e o engajamento dos players envolvidos nas operações da cadeia de suprimentos.
Por exemplo, com o sistema implementado, ao realizar a importação de um determinado insumo para a fabricação de medicamento ou vacina, o operador tem a visão preditiva e a previsibilidade sobre a carga em tempo real, e assim, consegue manter o funcionamento da cadeia produtiva, com a otimização e principalmente redução de custos.
Com uma solução deste porte, é possível, por exemplo, evitar a cobrança de demurrage que é uma multa aplicada devido ao atraso na devolutiva do container, sendo cobrada em dólar por dia.
Desafios
Embora esteja em evidência, a indústria farmacêutica também foi impactada pela alta dependência da Índia e China para os insumos que compõem os medicamentos.
Além disso, os preços das matérias-primas também aumentaram em conjunto com o preço dos transportes.
A alta do câmbio brasileiro, e o aumento do custo do frete, valor do dólar e a falta de container, também tornaram o cenário desafiador.
Crescimento
Apesar do cenário desafiador, o setor da indústria farmacêutica vem crescendo. Dentre os fatores que contribuem para o crescimento, estão:
- O consumo de medicamentos para doenças crônicas cresceu 15% em 2020. Até 2050, a quantidade de idosos triplicará no Brasil, chegando a 30% da população.
- Epidemias como Zika, H1N1, Dengue, Febre Amarela, entre outras também aumentaram a demanda de algumas categorias;
- Maior variedade de produtos disponíveis nas farmácias.
Segundo uma pesquisa realizada pela KPMG, até o ano de 2030 o compliance se tornará um estímulo à amplificação de valor nas indústrias farmacêuticas.
Ou seja, as empresas deverão criar ofertas alinhadas às necessidades do cliente, além de reduzir o risco de conformidade e danos à marca, além de estimular a melhoria contínua.
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Tendências para a logística farmacêutica
Entre as tendências para o setor, podemos citar:
- Computação em nuvem;
- Dados integrados;
- Automatização de processos;
- Cadeia de suprimentos otimizada com soluções tecnológicas.
Ambas relacionadas à implementação de tecnologias nos processos logísticos. A computação em nuvem é uma tendência que vem crescendo em vários setores, já que dentre os seus benefícios está a segurança de dados.
Já a integração de dados é fundamental para a otimização dos processos, simplicidade e segurança das operações logísticas.
A automatização de processos também está entre as tendências. A utilização de inteligência artificial, Internet das coisas (IoT) e a robótica, por exemplo, vem crescendo nas indústrias farmacêuticas.
Otimizar a cadeia de suprimentos é extremamente importante para reduzir custos, focar na estratégia do negócio e engajar os participantes nas operações logísticas.
Por isso, a importância de contar com uma solução de gestão inteligente das informações, como a Kestraa, facilmente integrada aos ERPs, como o SAP, por exemplo.
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